Porque o planeta merece. Nós também.
A sustentabilidade está na ordem do dia, e ainda bem. Quantas mais pessoas e empresas tiverem esta consciência melhor. Para facilitar mais este processo, a ONU – Organização das Nações Unidas – estabeleceu 17 objetivos que servem de ponto de partida para as várias dimensões do
desenvolvimento sustentável – sócio, económico e ambiental – que promove a paz,
justiça e instituições mais eficazes.
Porém, isto só é possível se houver uma visão comum para a Humanidade, a sustentabilidade do mundo diz respeito a todos nós.
Rute Ablum é chief management officer da PHC Software e presidente da Fundação PHC. Consequência direta de muito do trabalho que a PHC tem vindo a desenvolver, dentro e fora de
portas, a Fundação PHC foi pensada e criada para “programar” a sociedade do futuro.
Para Rute, “as organizações têm uma grande responsabilidade para com as suas comunidades, em cada decisão tomada”. Afinal, como é que tudo isto se reflete no dia a dia da empresa?
É isso que a Rute vai partilhar connosco.
O que significa ser uma empresa socialmente responsável?
Falamos, acima de tudo, humanização. As empresas – tal como as marcas – são entendidas e recebidas melhor se forem humanizadas. Quando se fala em responsabilidade social, tende-se a associar às vantagens competitivas que traz às empresas. Este foi o caminho que até agora ajudou a legitimar as iniciativas de responsabilidade nas organizações. Ao dia de hoje, isso é já um dado adquirido. Por isso, está já na altura das empresas fazerem o “bem pelo bem” e não por vantagens de negócio.
Acha que o ano de 2023 vai evidenciar a responsabilidade social das empresas?
A sustentabilidade é uma missão de todos, seja empresas ou indivíduo. Devemos todos apurar e procurar os pequenos passos que podem ser dados. Não é necessário adoptar alguns comportamentos do dia para a noite e desenvolver ações gigantescas. Passa por pormenores tão simples como a educação das próprias pessoas nas empresas, a reciclagem, o uso de papel, utilização consciente da luz… estes são os primeiros passos e eu acredito que façam a
diferença.
E qual será o grande objetivo?
Foco. Diria que para ser responsável socialmente é preciso vontade e foco. Primeiro, é preciso definir os pilares em que queremos trabalhar, associados ao core business de cada uma das empresas. Não interessa querer ir a todas. Este ano vamos passar um período muito
difícil e os pedidos de ajuda começam a surgir, pelo que é fácil perder o foco e querer ajudar toda a gente. Se estivermos muito focados e com os objetivos que queremos atingir até ao fim do ano bem definidos, o impacto vai ser muito maior, podemos fazer a diferença nas nossas comunidades, no país e consequentemente na sociedade.
A felicidade dos colaboradores pode passar por aí?
Hoje fala-se muito de felicidade e de as pessoas estarem bem no trabalho. Para termos pessoas produtivas, temos que lhes dar as melhores condições de trabalho. Nenhuma cultura de trabalho perdura sem a criação de valor. Passamos tanto tempo a trabalhar, que o ideal é estarmos num ambiente que nos faça felizes. Aqui entra a importância da cultura e dos valores da empresa. Por exemplo, na PHC contratamos pessoas que queiram causar impacto na sociedade. Pessoas com estes valores estarão sempre mais predispostas a querer ajudar a comunidade, sem qualquer contrapartida que não sejam fazer o bem.
Como será a sociedade do futuro?
Acredito que só com uma intervenção social focada conseguiremos dar os passos certos para construir a sociedade que queremos. Sabemos que a literacia digital é uma necessidade em Portugal e temos de olhar para as clivagens sociais que resultam da falta de conhecimento e autonomia com as tecnologias. Por isso, assumimos o compromisso de programar a sociedade do futuro com projetos, parcerias e uma ação social aberta a todos os que dela queiram melhorar o mundo através da tecnologia.
Acredito que só com uma intervenção social focada conseguiremos dar os passos certos para construir a sociedade que queremos. Sabemos que a literacia digital é uma necessidade em Portugal e temos de olhar para as clivagens sociais que resultam da falta de conhecimento e autonomia com as tecnologias. Por isso, assumimos o compromisso de programar a sociedade do futuro com projetos, parcerias e uma ação social aberta a todos os que dela queiram melhorar o mundo através da tecnologia.
Rute Ablum – Chief Management Officer PHC
Existe uma relação direta entre a responsabilidade civil e tecnologia?
Na Fundação PHC o nosso pilar principal é a literacia digital porque acreditamos que com pessoas melhores formadas os resultados também serão mais positivos. Isto não está a acontecer porque a educação não tem estado a acompanhar as tendências e aquelas que são as oportunidades de emprego no mundo, e Portugal não é diferente. Um passo para que possamos sair dos limiares da pobreza, temos cerca de dois milhões de pobres em Portugal, que
é uma percentagem gigantesca.
Qual é o futuro da filantropia corporativa?
O impacto social tornar-se-á um valor central
77% dos consumidores estão motivados a comprar um produto com base no compromisso da empresa de tornar o mundo um lugar melhor.
41% dos investidores millennials esforçam-se significativamente para compreender as práticas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) de uma empresa.
64% dos millennials consideram as práticas sociais e ambientais de uma empresa quando decidem onde trabalhar, e 83% seriam mais leais às empresas que contribuem para estas questões.
É fundamental existir um compromisso de ambas as partes. Concorda?
É cada vez mais importante que as pessoas sintam que fazem impacto. Hoje em dia, a comunidade – principalmente os mais jovens – querem fazer a diferença no mundo. Por isso, é importante que o propósito de uma empresa se alinhe com o impacto que está a fazer na sociedade. As pessoas irão manter-se nas empresas se existir um plano de responsabilidade social bem montado focado e ajustado aos objetivos da própria empresa.