Face a um novo cenário na gestão empresarial, onde o trabalho remoto, o e-commerce e a utilização de plataformas digitais assumiram protagonismo de forma a satisfazerem as necessidades dos consumidores, apostar na segurança digital é estratégico, tal como o investimento em tecnologias que tornem possível a digitalização das empresas.
Neste sentido, Ángel Arroyo, salienta que os novos ambientes digitais que envolvem rapidez, maior capacidade de resposta, interação e precisão na gestão empresarial, irão continuar a revolucionar os modelos de trabalho.
Neste contexto, a adaptação e a recetividade da administração da empresa são fundamentais para enfrentar não só os desafios do próximo ano, como também numa perspetiva de longo prazo – até 2030.
“As estruturas e as metodologias que as empresas seguiam há três anos mudaram completamente. Embora não seja uma questão nova, a necessidade de gerir a informação empresarial com tecnologia que permita o acesso a dados empresariais atualizados, a qualquer altura e em qualquer lugar é hoje muito mais evidente. É fundamental que as empresas continuem a concentrar-se na gestão da informação numa plataforma digital ou na cloud, mas também sugere um compromisso com a segurança digital ou ciber-segurança”.
A digitalização e a cibersegurança são fundamentais para a sobrevivência e sustentabilidade do negócio, dado que a entrega de produtos e serviços mais eficientes depende delas – tendo em conta dados chave sobre os clientes e os seus hábitos de consumo – sem pôr em causa o negócio devido à falta de segurança no ambiente digital.
Digitalização para a gestão na cloud
Que tecnologias estão envolvidas na digitalização das empresas? Dependendo da dimensão e necessidades do negócio, existem certas soluções de gestão para automatizar processos e acelerar a tomada de decisões.
Hoje é necessário implementar soluções que permitam gerir os dados da empresa na cloud:
“A gestão de dados na cloud não tem apenas benefícios para a administração da empresa e para a racionalização dos seus processos. Também tem impacto no desenvolvimento dos seus produtos e serviços, tornando possível a entrega de valor acrescentado aos clientes.”
É importante salientar que quando se fala de transformação empresarial digital de forma transversal, normalmente somos direcionados para um ERP ou software de gestão.
Esta solução caracteriza-se por integrar a informação das diferentes áreas da empresa numa única plataforma digital dividida em módulos e que, através da automatização das tarefas e da análise de dados, consegue reduzir a margem de erro do negócio a todos os níveis.
Trata-se duma ferramenta de excelência na digitalização empresarial que tem vindo a evoluir até se ter tornado numa solução indispensável para enfrentar os desafios que hoje as empresas enfrentam.
As pequenas, médias e grandes empresas estão a adotar cada vez mais esta solução, que tem tido um impato muito positivos na produtividade, rentabilidade e competitividade em todo o mundo empresarial.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), com o início da pandemia em 2020, 24% das empresas aumentaram o investimento destinado às tecnologias de informação e comunicação (TIC). O mesmo estudo indica que 34,7% das empresas compram serviços de computação em nuvem para utilizar na Internet, destacando-se o serviço de correio eletrónico e o armazenamento de ficheiros (88,7% e 70,5%, respetivamente).
O CRM, por exemplo, é uma solução que responde a um enfoque nas vendas e nos clientes. Permite manter um registo dos dados dos clientes, a sua resposta aos produtos e serviços que adquirirem, informações relevantes para o lançamento de campanhas de marketing, gestão de oportunidades de negócio e reforço da comunicação.
Trata-se, sem dúvida, de um instrumento estratégico na atividade empresarial para reforçar as relações com os clientes. De acordo com um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), 25% das empresas portuguesas têm CRM com ganhos evidentes de vendas e angariação de novos clientes.
Cibersegurança: foco no negócio sem riscos
Assim como a digitalização traz grandes benefícios para as empresas –eficiência, rapidez, desempenho e facilidade de utilização – também vale a pena ter em conta a necessidade de segurança digital e, assim, impedir que o negócio fique em risco, devido à perda ou roubo de dados.
“Investir em cibersegurança permite à gestão focar-se no negócio, ao invés de se concentrar apenas em potenciais riscos. A prevenção da perda ou roubo de dados torna um negócio viável ou não. A perda massiva de dados pode significar o fim da empresa.”
Então, o que é a cibersegurança?
Trata-se principalmente de proteger softwares, sistemas ou redes que contêm dados das empresas. Isto inclui, por exemplo, a rede informática, e-mails, o software de gestão, e qualquer plataforma que possa ser suscetível de ataques digitais para modificar ou apagar informações confidenciais.
Portanto, desde há vários anos, este tem sido um desafio empresarial latente, mas que a atualidade transformou em urgente, uma vez que a globalização exige que as empresas existam digitalmente para assegura a sua sustentabilidade no mercado.
Como aplicar a cibersegurança na empresa? Embora a prevenção de um ciberataque envolva uma série de medidas em diferentes frentes digitais e a adoção de soluções especializadas, há também aspetos básicos a considerar, especialmente com o trabalho remoto e a divulgação de informação em espaços digitais não seguros.
Cinco conselhos que ajudam a prevenir os ciberataques:
1. Capacitação dos colaboradores sobre políticas e regulamentos da empresa, 2. Controlo dos acessos dos utilizadores às plataformas e realização de cópias de segurança, 3. Atualização periódica das redes, 4. Utilização de redes privadas (VPN) para controlar o acesso remoto 5. Instalação de antivírus nos vários dispositivos.
Angel Arroyo acrescenta ainda que manter a informação comercial segura e evitar acessos indevidos, é essencial para manter a reputação comercial, uma vez que a perda de dados também conduz a problemas legais: “A segurança está a tornar possível que muitas empresas continuem a inovar e a crescer sem terem de se preocupar com terceiros.”
Recomenda que a gestão empresarial se mantenha flexível e aberta às mudanças e às novas tecnologias, considerando a importância crescente da blockchain e a oportunidade que o metaverso pressupõe:
“Um gestor inovador e apaixonado por evoluir, tem sempre em mente aquilo que o seu cliente vai precisar. Nesse sentido, os empresários precisam de manter uma mente aberta para perceber onde podem estar as oportunidades para os seus negócios.”