Num momento em que o mundo assiste à digitalização exponencial da sociedade e da economia, torna-se imperativa a transição de Portugal para um país mais digital e, consequentemente, mais competitivo e mais fortalecido a nível internacional.
Este é o objetivo do Plano de Ação para a Transição Digital, que se assume como o motor de transformação do país, tendo como propósito acelerar Portugal, sem deixar nada nem ninguém para trás, projetando o país no mundo.
O Plano de Ação para a Transição Digital tem como principais áreas de foco a capacitação digital das pessoas, a transformação digital das empresas e a digitalização do Estado. Ele reflete a estratégia definida para a transição digital, materializada nestes três principais pilares de atuação.
A Estrutura de Missão Portugal Digital, está comprometida com os objetivos estratégicos do plano. Para além de ser responsável por assegurar a correta coordenação global do Plano de Ação para a Transição Digital, deve ainda:
- Garantir a articulação com as diferentes estruturas envolvidas na implementação das medidas;
- Assegurar os que os resultados do Plano de Ação para a Transição Digital são devidamente reportados;
- Promover nacional e internacionalmente o Plano de Ação para a Transição Digital, contribuindo ativamente para o seu sucesso.
Ana Cordeiro foi coordenadora na missão do Portugal Digital e partilhou connosco aquelas que são as suas expectativas para o próximo ano.
Quais os fatores que podem dificultar a competitividade das empresas em 2023?
Creio que o principal entrave à competitividade das empresas é o atual contexto que vivemos, nomeadamente a guerra na Ucrânia e a crise inflacionista. Porém, há um aspeto que não podemos perder de vista: a transformação digital é cada vez mais um fator de competitividade e há que dar resposta aos desafios que as empresas têm de enfrentar todos os dias… Seja a mudança de hábitos dos consumidores, o aparecimento de diferentes modelos de trabalho ou, até, pela forma como hoje se fazem negócios. A conjetura atual não pode servir para aligeirar a transformação digital das empresas.
“As iniciativas que estamos a trabalhar no Plano de Ação para a Transição Digital e todos os incentivos que estão pensados e destinados a apoiar as empresas têm o objetivo de dar um importante contributo para manter a transformação digital em cima da mesa de forma a que as empresas continuem a reconhecer a sua importância”
Ana Cordeiro – ex-coordenadora na missão do Portugal Digital
A transformação digital pressupõe uma grande mudança para as organizações. Concorda?
Acreditamos que as tecnologias digitais são essenciais para que as empresas se tornem mais resilientes e responsivas, mesmo em contextos económicos difíceis. Se pensarmos um pouco na última crise pandémica que sofremos, as empresas mais apetrechadas digitalmente foram aquelas que deram uma melhor resposta aos desafios que a crise desencadeou. Foram essas empresas que conseguiram colocar rapidamente os seus colaboradores a trabalhar remotamente mantendo, ao mesmo tempo, uma relação estreita com os fornecedores.
O que acontecerá às empresas que não conseguirem trilhar o seu caminho digital?
Sem um investimento incisivo nas tecnologias digitais as empresas não conseguirão manter-se competitivas face às congéneres europeias, para além de se sentirem crescemente mais limitadas para dar ao mercado aquilo que ele precisa, e de acordo com aquilo que o contexto económico nos vai dando.
São, no total, 23 mil milhões que têm em vista o desenvolvimento da economia, da sociedade e do território de Portugal. O que esperar do Portugal 2030? Respondemos a todas as perguntas.