O auditório do Museu do Oriente foi pequeno para acolher todos os profissionais de recursos humanos que decidiram juntar-se na XXVI Conferência Human Resources, uma das revistas de recursos humanos mais prestigiadas do País.
"Temos um desafio de integração e não de complementaridade"
Human DNA procura-se
Tim Vieira apresenta-se como empreendedor e foi nesta condição que abriu a discussão sobre a importância de ser humano e, como tal, conseguir diferenciar-se.
“Os humanos não são perfeitos”, afirma, e é nessa imperfeição que prevalecem as soft skills. É preciso recuperar e reaprender as características que todos temos em criança, tal como a imaginação, a criatividade, a empatia, que hoje em dia são fundamentais nas empresas e contribuem decisivamente para o seu crescimento.
“Quem procura emprego, procura algo que lhe dê um propósito e paixão”. Independentemente da idade ou formação, hoje os desafios da retenção são muitos: “Temos de aprender a dar valor às pessoas mais velhas” e perceber definitivamente que o “mundo mudou, é por isso que os recursos humanos vão ser mais importantes que nunca.”
"A IA é parte da resposta para a escassez de talento"
Verde esperança ou vermelho perigo?
Esta pergunta, feita por Arlindo Oliveira – Presidente do INESC – resume na perfeição aquela que foi a discussão do dia. Vivemos uma verdadeira revolução do mundo da gestão, cabe a cada um decidir de que lado quer ficar.
E não deixa de ser curioso que, num momento em que tanto se fala de tecnologia, é fundamental ressalvar as características únicas do ser humano: “É preciso matar a dicotomia homem versus máquina”, Vera Rodrigues, Head of People da MC | Sonae.
A tecnologia enquanto aliada e nunca como ameaça? Sim. Primeiro porque nos permite automatizar as tarefas. Depois, também na componente analítica, seja de consumidores ou de colaboradores.
“A adaptabilidade é uma competência que todos temos de ter”
Hard, soft & human skills
“A importância do toque humano sai reforçado na gestão de pessoas”. Quem o diz é Elsa Carvalho, Head of Business Development da WTW. E continua: “Não gosto de chamar soft skills, mas sim power skills, pois são, de facto, transformadoras” o que é importante é encontrar o balanço e equilíbrio entre as duas.”
Talvez por esta razão, o relatório de 2023 do World Economic Forum destaca cinco habilidades cada vez mais relevantes em todas as áreas. São elas: pensamento analítico, criatividade, resiliência, autoconhecimento e curiosidade. Razões que explicam a importância crescente das soft skills no local de trabalho e no mundo da gestão de pessoas.
Pensar menos em proteger os empregos e pensar mais em proteger as pessoas, esta foi outra ideia que esteve presente ao longo de todo o evento.
“A personalização vai ser muito importante e valorizada”
O surpreendente recrutamento de 2024
Coube a Ricardo Parreira encerrar a XXVI Conferência Human Resources, numa apresentação subordinada ao tema “Inteligência Artificial Generativa: o surpreendente recrutamento de 2024?” e onde, uma vez mais, se falou de pessoas e de gestão, de melhores pessoas e de melhor gestão.
“O bem mais precioso que as pessoas têm é o tempo” e é na gestão desse tempo que a Cris, a primeira assistente de gestão integrada num ERP em Portugal, tem boas notícias para os gestores: “Precisamos de superpoderes para que as pessoas possam fazer mais em menos tempo.
A boa notícia é que agora há um superpoder que vai ampliar o tempo das pessoas e as suas capacidades. Quando falamos de IA generativa, estamos a falar de pessoas, não de máquinas.
“A IA vai ajudar cada um a dar o melhor de si próprio”
Longe de ser uma ameaça, a Inteligência Artificial é parte da solução, tanto para a escassez de talentos como para melhorar a rapidez e a qualidade da entrega.
Esta foi a grande conclusão e retirar da XXVI Conferência Human Resources, para o ano há mais.
