
Artigo
Transformação digital: o futuro em Angola
Transformação digital: De tendência a estratégia
A transformação digital deixou de ser uma tendência global para se tornar uma prioridade estratégica em Angola. Com um mercado cada vez mais competitivo e cidadãos mais exigentes, a digitalização representa uma oportunidade concreta para impulsionar o crescimento económico, modernizar a Administração Pública e aumentar a competitividade das empresas.
Neste artigo, vamos explorar os pilares da digitalização em Angola, os desafios, oportunidades e o impacto real que a tecnologia está a ter no sector privado e no Estado, com um foco especial nas novas medidas fiscais previstas, que reforçam esse caminho de modernização.
O que está a mudar?
Angola vive um momento-chave de transição digital. Com a necessidade urgente de diversificar a economia para além do petróleo e aumentar a eficiência do Estado, o país tem vindo a apostar fortemente na modernização digital como eixo estratégico de desenvolvimento económico e institucional.
Ou seja, Angola vive uma mudança estrutural em três dimensões:
1. Infra-estrutura digital
- A cobertura da rede de fibra óptica está a expandir-se, ligando mais províncias e permitindo maior conectividade.
- O projecto Angola Digital inclui investimentos na modernização da rede nacional de telecomunicações e na expansão de data centers públicos e privados.
- O acesso à Internet passou de 14,3% em 2016 para mais de 33% em 2023 (dados INACOM), criando uma base mais robusta para serviços digitais.
2. Administração Pública mais digital
- O Governo tem acelerado iniciativas como o Portal de Serviços Públicos (servicos.minjus.gov.ao), que permite cidadãos e empresas acederem a documentos oficiais, registos e pagamentos online.
- A criação da Plataforma Nacional de Interoperabilidade visa permitir que diferentes instituições do Estado troquem dados de forma segura, eficiente e automatizada.
Em 2025, prevê-se a continuação da desmaterialização de processos em áreas como justiça, segurança social, impostos e registos prediais
3. Ambiente empresarial mais tecnológico
- Cresce o número de empresas que adoptam soluções de gestão digital para controlo financeiro, CRM, automação comercial e reporting fiscal.
- A digitalização do sistema fiscal — com submissões eletrónicas de declarações, pagamentos e pedidos de certidões junto da AGT — está a reduzir tempo e erros operacionais para os contribuintes.
- Há um aumento visível de startups tecnológicas focadas em mobilidade, pagamentos digitais, educação online e logística, sinalizando uma economia mais inovadora e menos dependente do sector extractivo.
Sabia que…?!
Segundo o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023–2027, a meta é atingir 50% de serviços públicos digitalizados até 2027.
O Governo criou o Ministério da Economia Digital e Telecomunicações (anteriormente Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social), reforçando a prioridade do digital na política pública
Economia digital: um novo motor de crescimento
A economia digital está a emergir como um dos pilares centrais da transformação económica em Angola, representando um caminho claro para a diversificação e competitividade do país. Esta nova lógica económica tem como base a integração de tecnologias digitais nos processos produtivos, comerciais e administrativos, gerando mais valor, eficiência e escala.
Mas… qual o significado de “economia digital”?
É, na realidade, o nome dado à transição de um modelo assente em recursos naturais para um ecossistema económico orientado à inovação, aos dados e à conectividade. Envolve desde o uso de software de gestão empresarial e automação de serviços públicos, até a criação de novos modelos de negócio digitais — como fintechs, e-commerce, plataformas de serviços e soluções SaaS.
Sabia que…?!
O sector das TIC em Angola representava cerca de 4,9% do PIB em 2023 e tem potencial para ultrapassar os 7% até 2027, segundo dados do Ministério da Economia e Planeamento.
A digitalização pode permitir um salto de produtividade de até 25% nas PME, ao reduzir burocracias, melhorar o acesso a informação e acelerar os fluxos de caixa.
A economia digital tem o potencial de gerar milhares de novos empregos qualificados, sobretudo nas áreas de desenvolvimento de software, cibersegurança, análise de dados e marketing digital.
De economia extractiva a economia inteligente? Sim.
A economia digital não representa apenas uma tendência tecnológica, trata-se de uma estratégia económica sólida que permite a Angola reduzir a dependência de recursos naturais, estimular a inovação e o empreendedorismo. Desta forma, é possível a sua integração de forma mais competitiva nos mercados regionais e internacionais. Investir na digitalização hoje é garantir um crescimento mais inclusivo, sustentável e preparado para os desafios do século XXI.
Transformação digital nas empresas angolanas
A transformação digital nas empresas angolanas já está em curso — com diferentes níveis de maturidade e velocidade de adopção. Desde grandes grupos empresariais até pequenas e médias empresas, há um movimento crescente rumo à automatização de processos, modernização da gestão e digitalização da relação com clientes, fornecedores e o Estado.
Este movimento tem sido impulsionado por factores como:
- A necessidade de reduzir custos operacionais e ganhar eficiência.
- A exigência crescente de cumprimento fiscal digital, com a submissão eletrónica de declarações e facturas.
- A crescente presença de consumidores digitais, habituados a canais online e atendimento remoto.
- O surgimento de soluções de software mais acessíveis, com modelo cloud e suporte local.
O que as empresas estão a digitalizar?
Das finanças à logística, das vendas à gestão de pessoas, diferentes áreas estão a modernizar-se com ferramentas digitais que aumentam a eficiência, reduzem riscos e preparam as organizações para um mercado mais exigente e competitivo. Mas, afinal, o que estão as empresas a digitalizar?
- Gestão financeira e contabilidade
- Adopção de ERPs na cloud permite às empresas automatizar tarefas rotineiras, como emissão de facturas, reconciliação bancária, apuramento de impostos e fecho de contas.
- Integração com a AGT e outras plataformas oficiais facilita o cumprimento de obrigações fiscais e reduz penalizações.
- Controlo de operações e logística
- Softwares de gestão de stocks, armazéns e encomendas estão a melhorar a visibilidade sobre os fluxos operacionais — evitando ruturas, perdas e desperdício.
- Em sectores como retalho, distribuição e construção, a tecnologia está a transformar a cadeia de valor, com mobilidade e dados em tempo real.
- Força de vendas e atendimento
- Equipas comerciais usam apps móveis para registar vendas, aceder a históricos de clientes e gerar propostas personalizadas.
- Ferramentas de CRM ajudam a manter relacionamentos activos com clientes, com maior previsibilidade de receitas.
- Recursos humanos e produtividade
- Plataformas de gestão de RH permitem automatizar a folha de salários, registo de ponto, férias, contratos e avaliação de desempenho.
- Ferramentas colaborativas (como Teams, Zoom ou plataformas próprias) facilitam o trabalho remoto e híbrido, que vem crescendo no sector dos serviços.
Ou seja, entrar na era digital não é apenas uma actualização tecnológica. É uma mudança de cultura empresarial, onde os dados guiam decisões, a tecnologia acelera resultados e a inovação se torna rotina.
Empresas que adoptam o digital ganham vantagem competitiva, agilidade e resiliência — e são essas que estão a liderar a transformação da economia angolana.
Transformação digital do Estado
A transformação digital do Estado angolano tem sido uma das prioridades estruturais do Governo, integrada no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023–2027. A digitalização da Administração Pública surge como resposta à necessidade de:
- Tornar os serviços públicos mais céleres, acessíveis e eficazes;
- Combater a burocracia e a corrupção com processos automatizados e rastreáveis;
- Estimular a formalização da economia e a arrecadação fiscal;
- Criar um ambiente mais favorável ao investimento, nacional e estrangeiro.
A transformação digital do Estado angolano é mais do que uma modernização tecnológica, é um passo fundamental para restaurar a confiança dos cidadãos, promover a inclusão social e impulsionar o crescimento económico.
Um Estado digital é um Estado mais próximo, mais eficiente e mais transparente. E quanto mais madura for a sua infra-estrutura tecnológica, mais forte será a base para o desenvolvimento sustentável e competitivo do país.
Um novo ambiente fiscal digital e mais competitivo em 2025
O Orçamento Geral do Estado para 2025 inclui um conjunto de reformas fiscais alinhadas com os objectivos de digitalização e simplificação tributária:
Principais alterações:
- Redução da taxa de IVA para 5% na importação ou venda de equipamentos industriais essenciais ao sector produtivo.
- Incentivos fiscais para projectos reconhecidos como de interesse público, com isenção de IVA, Imposto Predial e Imposto do Selo.
- Novo regime para pequenos contribuintes (Grupo C), com aplicação de 6,5% sobre o volume de negócios até 10 milhões de kwanzas.
- Regularização voluntária de imóveis, com perdão de impostos entre 2019 e 2023, incentivando a digitalização do cadastro fiscal.
- Criação de deduções para investimentos em agricultura e pecuária, com foco em infra-estrutura de produção e distribuição.
- Consulta pública para novo Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS), incluindo residentes no estrangeiro.
- Digitalização contínua da submissão de declarações fiscais, com maior uso de plataformas online e assistência digital.
Qual o verdadeiro impacto para empresas?
Estas medidas tornam o ambiente fiscal mais previsível e acessível, incentivando a formalização de negócios, reduzindo carga tributária sobre investimentos estratégicos e promovendo o uso de ferramentas digitais na relação com a AGT.
Desafios à transformação digital
Apesar dos avanços, a digitalização em Angola ainda enfrenta barreiras estruturais como, por exemplo, o acesso desigual à Internet e à tecnologia, sobretudo fora dos centros urbanos. Esta limitação compromete a modernização do sector público e restringe o uso de soluções digitais por parte das empresas, criando um cenário de progresso assimétrico na economia digital.
A falta de literacia digital agrava o problema, dificultando a adopção de ferramentas básicas por cidadãos e colaboradores, e travando a inovação nas empresas. Soma-se a isso a resistência à mudança dentro das organizações, o receio de custos e a dificuldade de acesso a financiamento, que impedem muitos negócios de avançar na transformação digital.
No sector público, a sustentabilidade dos projectos lançados continua a ser um desafio, exigindo manutenção, formação contínua e visão estratégica para garantir que o digital seja, de facto, uma alavanca de inclusão e desenvolvimento.
Um futuro digital para Angola
A digitalização é a base do futuro económico de Angola. Empresas mais ágeis, cidadãos mais bem servidos e um Estado mais eficiente são apenas alguns dos resultados de um país que aposta no digital como motor de desenvolvimento.
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- 1. Transformação digital: De tendência a estratégia
- 2. O que está a mudar?
- 3. Economia digital: um novo motor de crescimento
- 4. Empresas angolanas na era digital
- 5. Transformação digital do Estado
- 6. Um novo ambiente fiscal digital e mais competitivo em 2025
- 7. Desafios à digitalização
- 8. Um futuro digital para Angola