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Mindfulness: foco, atenção plena e felicidade no trabalho
Mindfulness: foco, atenção plena e felicidade no trabalho
No dia que se instituiu chamar de “Mindfulness Day”, mostramos como as sessões semanais de meditação na PHC são um contributo eficaz contra o stress laboral, melhoram a produtividade e nos tornam mais criativos. Preparado para respirar bem fundo? O objetivo é criar espaço mental.
Através da concentração na respiração, a ideia é cultivar a atenção no corpo e na mente, momento a momento, e, desta forma, conseguir gerir a dor, tanto física, como emocional. No fundo, o mindfulness consiste em “aprender a parar”, e é por isso que a sua prática é cada vez mais encarada como um contributo eficaz contra o stress da vida laboral.
Certa dos seus benefícios, a Google criou o Search Inside Yourself – um programa de liderança e inteligência emocional–, e Steve Jobs valia-se dela como “facilitador de florescimento humano”, para diminuir o stress, ganhar clareza e melhorar a criatividade. De tal forma, que passou a ser reconhecido por muitos como pioneiro da tecnologia do cérebro, a par de precursor da tecnologia computacional – “Se apenas se sentar e observar, verá como a sua mente é inquieta. Se tentar acalmá-la, a situação só piorará, mas, com o tempo, isso mudará, e, nessa altura, haverá espaço para ouvir coisas mais subtis – é quando a sua intuição começa a florescer, dando-lhe condições para ver as coisas com mais clareza e estar mais no presente. A sua mente simplesmente desacelera e passa a ver muito mais do que via antes” –, inspirando empresas como a General Mills, a Ford ou a já mencionada Google, a ensinarem a prática aos seus colaboradores.
Em Portugal é cedo para falar em números, mas há provas dadas lá fora, que atestam os efeitos positivos da implementação do mindfulness nas empresas: a Aetna, por exemplo, estima que desde que instituiu o programa de meditação na organização, poupou cerca de 2.000 dólares por colaborador em cuidados de saúde, e ganhou cerca de 3.000 em produtividade. E ainda que estes dados não sejam suficientes para concluir, de forma irrefutável, que trabalhadores que praticam mindfulness são mais saudáveis e focados, há uma convicção generalizada dos gestores portugueses em relação aos benefícios da prática: acreditam, piamente, que parar é não só importante, como essencial para serem melhores pessoas e melhores gestores; para conseguirem atingir ou superar as metas de gestão e entregar lucros aos acionistas; para transformar as suas empresas em locais de trabalho cheios de talento, que produzem muitos frutos.
Os números avançados pelo Pinterest no início do ano, dão conta de um aumento de 464% dos pins “para viver o momento”, e vêm reforçar o interesse cada vez maior no tema, sinal provável de que estamos cada vez mais conscientes do quão desconectados estamos da vida presente.
“A moda” que tem séculos
O boom deu-se em 2014 quando o “mindfulness” assaltou a opinião pública norte-americana através da capa da Time, mas a verdade é que a prática meditativa, como hoje a conhecemos, tem pelo menos 26 séculos: “No final dos anos 70, depois de ter estado na Índia, enfiado num mosteiro budista a meditar, Jon Kabat-Zinn – um dos mais eficazes apoiantes da introdução da meditação no mundo ocidental – chegou à conclusão que tinha de arranjar forma de introduzir o que aprendera, na ala psiquiátrica do hospital em trabalhava”, conta Bárbara Guevara, uma das formadoras da prática na PHC. Foi assim que nasceu aquilo a que instituiu chamar “mindfulness”, resultado da fusão entre as técnicas budistas e a formação que tinha em psicologia.
Por esta altura, é natural que esteja a questionar-se porque é que só agora começou a ouvir falar mais insistentemente nesta prática, quando ela já existe há séculos, mas não se preocupe, porque está sintonizado com o resto do mundo. A explicação passa por uma verdade que já era defendida por Einstein: “A mente racional deve servir o ser, e não existir para sermos escravos dela”. Dito de outra forma, o ideal é conseguirmos distinguir o pensamento útil do inútil – que em determinadas circunstâncias se torna prejudicial –, e é aqui que entra o mindfulness, encarado como um treino mental que nos ensina a lidar com os nossos pensamentos e emoções. A ideia é simples, e passa por tentarmos não perder demasiado tempo preocupados com eventos futuros – na tentativa de resolver problemas que não são imediatos ou criando expectativas –, ou a sofrer com coisas passadas – que provavelmente já não conseguimos mudar –, porque se a nossa cabeça continua “lá atrás” ou já está demasiado “lá à frente”, deixamos inevitavelmente de viver o presente.
O mindfulness no âmbito do Happy PHC
Com o intuito de potenciar o aumento do foco e da atenção plena e, consequentemente, da felicidade no trabalho, a PHC proporciona aos colaboradores sessões semanais de mindfulness, iniciadas com o programa “My Happiness”. Mas, e o que será que têm em comum a “felicidade” e a “meditação”? Bom, em primeiro lugar, ambas são atitudes que se treinam, mas, e mais importante do que isso, é que uma contribui para a outra, com efeito direto no dia a dia da empresa. Tal como os sorrisos que não se forçam, mas “roubam-se”, o mindfulness não é imposto: é uma escolha. E é apenas uma das muitas experiências que existem dentro da PHC, que podem ser carimbadas no nosso passaporte para a felicidade.
Na PHC acreditamos que uma empresa feliz é uma empresa saudável do ponto de vista das relações humanas, e achamos que, neste campo, o mindfulness tem alguma coisa a dizer. O testemunho da nossa formadora Bárbara vai nesse sentido: “Para trabalharmos em equipa, é fundamental sabermos comunicar uns com os outros, e acho que a meditação potencia essa comunicação de uma forma mais saudável, para além de reforçar em cada um de nós uma forma de estar mais criativa”. Essa capacidade surge quando criamos espaço mental e conseguimos livrar-nos de inseguranças tão comuns no dia a dia laboral como o medo de falhar, de não estar à altura ou de defraudar expectativas. Quando conseguimos mentalizar-nos que enquanto perdermos tempo preocupados com eventos futuros ou a sofrer com coisas passadas, estamos a deixar de viver.
Se é daquelas pessoas que, mal fecha os olhos, é invadida por uma catadupa de pensamentos insanos e ridículos que provavelmente teria vergonha de proferir em voz alta, autoproclamando-se um verdadeiro cético em relação ao mindfulness, talvez devesse dar-lhe uma oportunidade – várias, vá, já que, e como faz questão de sublinhar João Palma, outro dos formadores, a negrito: “Só com algum comprometimento com a prática, encarada como um hábito que podemos e devemos cultivar, é que sentimos realmente os benefícios”. Bárbara corrobora, dizendo que “não há um tempo mínimo” ou um “livro de receitas infalível” que lhe permita tornar-se um ás do mindfulness: “A meditação não ocorre sempre da mesma forma, e há dias mais difíceis, que são inevitalmente resultado do nosso contexto envolvente”, explica.