8 mitos da Cloud que afastam a sua empresa do sucesso

A Cloud criou uma maior igualdade de oportunidades entre as grandes empresas e as PME no que diz respeito aos serviços de computação. Software, armazenamento de dados, servidores, redes e analytics estão hoje disponíveis através da nuvem. Ou seja, podem ser acedidas pela na Internet, sem necessidade de aquisição de equipamentos, infraestruturas e programas físicos.

Para as PME, a Cloud trouxe uma oportunidade única de maior agilidade e robustez tecnológica – com valências equiparadas às grandes empresas –, sem os custos elevados com manutenção de sistemas complexos.

No entanto, e apesar das vantagens, a adesão das PME à Cloud tem margem para progredir mais rapidamente. Os dados mais recentes do INE – Instituto Nacional de Estatística dão conta que 28% das médias empresas portuguesas investe em serviços de cloud computing, contra 44% das empresas com 250 colaboradores ou mais. Já no universo das pequenas empresas, a percentagem é ainda menor: apenas 16% aposta na nuvem.

O que justifica esta dinâmica de investimento numa tecnologia com vantagens reconhecidas em termos financeiros, de mobilidade e de desenvolvimento no negócio? É tudo uma questão de perceção: num inquérito da IDG Connect às empresas portuguesas, apresentado no início de 2017, as empresas apontam como barreiras o risco de acesso não autorizado, o medo de fuga de informação de clientes, a perda ou a privacidade de dados ou os custos da adoção da Cloud. Curiosamente, muitas destas barreiras não passam de mitos sobre a nuvem, que têm sido desmentidos pelo amadurecimento destas tecnologias.

Com isto em mente, é importante descobrir os oito mitos da Cloud que podem estar a afastar a sua PME de maior agilidade e capacidade tecnológica.

1º MITO: A CLOUD É MENOS SEGURA E PERMITE FUGAS DE INFORMAÇÃO

Algumas empresas receiam que, ao armazenar e analisar os seus dados na nuvem, existam riscos de segurança acrescidos. Isto porque, ao contrário dos servidores físicos na própria empresa, os dados ficam armazenados na Internet, através de fornecedores de serviços Cloud.

No entanto, a proximidade física não é sinónimo de maior fiabilidade e segurança. Os servidores locais dentro da empresa podem também ser alvo de hackers ou de roubos físicos ao escritório – além de serem vulneráveis às condições envolventes, como humidade ou calor. A maioria das grandes falhas de segurança dos últimos anos teve origem interna e não na nuvem, reforçou o CTO da empresa de cibersegurança Imperva, Amichai Shulman, em declarações à BBC.

Tal como os proprietários dos dados, também os fornecedores de serviços Cloud estão focados em manter a nuvem à prova de olhares alheios – afinal, a segurança é essencial à prosperidade do seu negócio. Por isso, estas empresas investem diariamente em melhorar a segurança da Cloud, estando os dados das empresas tão ou mais ainda seguros do que nos casos em que são guardados internamente

2º MITO: POSSO PERDER TODOS OS MEUS DADOS NA CLOUD

Outro mito ligado à segurança na nuvem está relacionado com a perda permanente de dados, resultante de roubos ou com outro tipo de incidentes. Na verdade, a nuvem permite mecanismos de fiabilidade que permitem a recuperação fidedigna de dados. Ao não depender de servidores internos, a Cloud garante que os seus dados permanecem acessíveis mesmo quando as suas infraestruturas físicas são danificadas. Pense, por exemplo, num documento guardado apenas no seu desktop de trabalho: se o computador for destruído num incêndio, perdeu definitivamente o seu documento; se fizer um backup na Cloud, não está dependente de um único ponto de hardware.

Além disso, a Cloud facilita a criação de cópias de segurança de dados, espelhando-os na rede do fornecedor de serviço. Os datacenters têm também servidores em várias localizações geográficas, numa redundância física que aumenta a segurança dos dados. Assim, mesmo que existam problemas no servidor da Cloud (ou mesmo necessidade de manutenção ou atualizações), será possível aceder a versões de backup.

3º MITO: A LIGAÇÃO À CLOUD É FRÁGIL E LENTA

Estar ligado à Cloud implica uma ligação constante à Internet, já que só assim a sua empresa consegue comunicar com os servidores na nuvem. Logo, a velocidade da computação em Cloud dependa da banda larga existente e da qualidade da sua ligação à Internet. Países com pior infraestrutura de redes e serviço de Internet acabam por ter uma pior experiência de computação em Cloud.

Porém, a banda larga em Portugal é de boa qualidade, sobretudo na rede fixa. Um teste global da velocidade de conexão à Internet em tempo real, realizado em outubro de 2017 pela empresa Ookla, colocou o acesso nacional por rede fixa em 24.º lugar (de um total de 134 países). No caso da rede móvel, Portugal fica na 50.ª posição, entre 122 países. Com uma boa qualidade de acesso à Internet, a ligação à Cloud é beneficiada.

4º MITO: A CLOUD É CARA

Uma das grandes vantagens da Cloud é a poupança que traz às empresas, ao longo do tempo.  Por uma simples razão: as empresas deixam de ter de investir tanto em hardware para armazenamento, numa equipa dedicada à TI e na compra de software, com aquisição regular de licenças, eliminando custos iniciais e de manutenção.  Na Cloud, os custos de servidores ou de aplicações SaaS (Software as a Service) aproveitam o efeito de escala e repercutem os custos pelos vários utilizadores.

Um estudo da TSO Logic concluiu, por exemplo, que a migração para a Cloud num dimensionamento correto (que vai além do mero armazenamento de dados) permite uma redução de custos na ordem dos 36% para uma PME.

Mas, para tirar o máximo partido deste potencial de poupança, é necessário ser criterioso na análise às diferentes opções disponíveis na Cloud. Sugerimos que compare as características, em detalhe, do seu software habitual com as aplicações SaaS disponíveis e perceba o que lhe compensa mais. E lembre-se também de antecipar o crescimento do seu negócio: verifique os vários planos de subscrição do SaaS, já a pensar no futuro. A melhor opção Cloud é a que cresce com o seu negócio.

5º MITO: MIGRAR PARA A CLOUD É COMPLEXO E DEMORADO

“Mover dados é um processo lento porque requer muita largura de banda e horas de trabalho”, avisa, desde logo, a Forbes num artigo sobre a migração para a Cloud. Dado que são aspetos cruciais da sua empresa, a migração inicial para a Cloud pressupõe alguma complexidade e cuidado, desde o levantamento de requisitos e necessidades, escolha do fornecedor, adaptação de processos, modificação da arquitetura da infraestrutura em Cloud e deslocação de dados.

Não obstante, muitas das possíveis dores-de-cabeça são evitadas com a antecipação e planeamento de todas as etapas, para os seus dados sejam migrados com sucesso (priorizando áreas). Caso não possua uma equipa interna e robusta de IT, escolha criteriosamente uma empresa em outsourcing que apoie, de forma segura, a migração. Sugerimos que reúna essa equipa técnica com a gestão da sua empresa e os vários administradores em cada nível hierárquico. Desta forma, conseguirão definir a melhor estratégia e garantir que toda a empresa está preparada. Assim que a migração for assegurada, a operação ganha escalabilidade e a sua gestão é feita online, de forma mais ágil.

6º MITO: QUANDO SE MUDA PARA A CLOUD, É PRECISO MIGRAR TUDO

Migrar para a Cloud não é um jogo do tudo-ou-nada. Aliás, o mais aconselhável é escolher uma ou duas áreas do seu negócio para começar a mudança, de forma gradual, e adaptar-se aos poucos ao mundo da nuvem. O mesmo se aplica ao tipo de Cloud: o tipo certo para a sua empresa pode ser uma combinação das várias possibilidades, entre a Cloud pública (disponível como serviço para vários utilizadores), a Cloud privada (data centers na Cloud geridos por uma única empresa) e a uma solução híbrida. Para saber mais sobre as caraterísticas e vantagens de cada um destes tipos de Cloud, leia a descrição feita pela Technavio, empresa especialista em estudos de mercado tecnológicos.

Já a consultora tecnológica Gartner recomenda, no Planning Guide for Cloud Computing, que as organizações tomem os serviços em Cloud pública como modelo para todos os processos, workloads e aplicações. “Escolha o nível de Cloud privada adequado para si”, acrescenta ainda o relatório, frisando que é preferível dar preferência à virtualização e à Cloud pública do que construir uma Cloud totalmente privada.

Assim, sugerimos que faça um plano gradual de mudança, com uma solução Cloud que tenha a flexibilidade para crescer e se adaptar às necessidades futuras.

7º MITO: A CLOUD AINDA É POUCO MADURA E O MELHOR É ESPERAR ANTES DE MUDAR

Os serviços prestados na nuvem (SaaS, IaaS – Infrastructure as a Service e PaaS – Platform as a Service) estão cada vez mais maduros pelo que a migração para a Cloud, devidamente integrada numa estratégia cuidada vai permitir-lhe maior agilidade e diferenciação dos seus concorrentes. “Comece já a construir uma estratégia «Cloud-primeiro», se ainda não o fez”, resume a Gartner. Conseguirá assim trabalhar com tecnologia de ponta, sem necessidade de alocar inúmeros recursos a uma área que não é o seu core, a preços acessíveis. A atualização automática dos sistemas, equipamentos e aplicações na nuvem garantem-lhe que está sempre a par da inovação tecnológica, de forma automática – o que lhe permite também produzir melhor, prestar o melhor serviço ou dar o melhor produto aos seus clientes, de forma mais eficiente.

8º MITO: A CLOUD É PARA AS GRANDES EMPRESAS

Qualquer empresa pode tirar partido da Cloud e as PME têm muito a ganhar com a disseminação desses serviços: conseguem aceder a tecnologia e recursos que, de outra forma, não teriam recursos para obter. Esta é uma oportunidade para a sua empresa crescer, ganhar agilidade e robustez.

MITOS ESCLARECIDOS: O QUE FAZER?

A Cloud é o futuro dos negócios e em muitos casos já as usamos. Pense bem: o e-mail, o armazenamento online ou muitas das ferramentas de texto ou cálculo que usamos já estão em infraestrutura na nuvem. O mesmo será para todas as áreas de negócio e aproveitando todo o potencial de liberdade que a nuvem traz às empresas.

Esta é a tendência e o mundo dos negócios está a caminhar nesse sentido. Quando mais cedo der um passo em direção à Cloud, mais facilmente aproveitará o balanço da transformação digital. Porque não aproveitar o momento para começar a transportar os dados e a gestão da sua empresa para a nuvem?

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